sexta-feira, janeiro 05, 2007

Escrevi e reescrevi.
Não deu, logo vou postar algo que já escrevi, e que eu considero bom... quem sabe outro dia eu escrevo um sobre o verão.
Hoje só tenho pedaços e sendo assim, o poema é até adequado.


Tempestade de inverno
(Diego Santos - 19/08/06)

Penso no que digo.
Sinto o que falo.
E sempre me reafirmo.
Estável, taciturno, confuso.

Ainda assim sou quem digo ser.
Apesar de ventos me estremecer.
Flexiono para resistir a impactos.
Forço para quebrar os impactos.

Não falo meias verdades.
Não tenho meias certezas.
Sou tão inconstante quanto a represa.
E estável como um furacão.

Sou tão influenciável como uma pedra.
E resoluto e inflexível como a água.
Sou de tudo certezas,
e de nada inseguranças.

Entretanto sou tão seguro quanto você.
Que por meio de mim se fez incerta.
Por meio de mim se fez esperta.
Por entre mim se fez segura.

Aí então me resta,
sobrar por entre as frestas.
Pedaços difusos e espalhados.
Disformes e escusos.

Entretanto se refazem,
pedaços que anseiam respostas.
Daquele que se forma,
não daquele que desforma.

Mar e céu... mar e céu...
Espero eu a tempestade.
Revoltada e furiosa.
Destrutiva e impassíva.

Não minto pra mim nem pra você.
Sou quem era e quem disse ser.
Passo fome e sinto dor.

Morro hoje por onde estou.
Amanhã revivo e me refaço.

E que as águas lavem
por entre as frestas.
Buracos escusos
que tu me deixou.


1 Comments:

At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 1:31:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Gostei da auto descrição com um ar de desamor. Um pouco triste, mas bem bonito.

Beijo Di! =*

 

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