quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Fulgor espiritual
(Diego Santos - 12/06/05)

Por breves momentos se faz livre o espírito
Suspiros, olhares, toques demorados ao passar um objeto
Por pequenas lacunas se mostra a união
Dois corações batem juntos, duas mentes pensam juntos, dois espíritos transcendem a barreira

Livre mesmo que por instantes, encaram a liberdade como eterna
Juras são feitas, certezas surgem, conclusões são tiradas
Quase não há mais peito para segurar o coração que palpita com a força de 100 dias
Largo sorriso é mostrado, várias, e várias vezes

Longos momentos acompanham a energia que brota do olhar
Reage então o resto do corpo, causando leve desconforto
Desconforto procurado, e enfim encontrado
Horas passam, palavras são trocadas, sorrisos evidenciam, toques materializam
Mas ainda assim nada é concreto, tudo foge, tudo se esvai

No momento em que se separam, por meio de portas, ruas, bairros, pessoas
Tudo aquilo é lembrado, marcado na memória não é esquecido
Um espera, o outro espera, um tem esperança o outro também, um luta e o outro não
Ninguém vence sozinho, todos precisam de alguém, de ajuda

Indiferença, tudo que passa pelas mentes que se acalmam depois da dose de adrenalina
Indiferente ele(a) foi... posto(a) de frente a sentimentos evidentes nada fez
Tocado(a) com sutileza e graça nada fez, fitado(a) e agraciado(a) por palavras nada fez
Luta tanto mas nada vence, quando tudo parece estar certo, palpável

Tudo se esvai... a situação se reconfigura, e não há mais troca de olhares
Não há mais toques demorados, não há mais evidencias materiais
Tudo que resta é o espírito... pois a mente está debilitada pela falta de comunicação
O corpo se mostra fraco e vulnerável

Golpes que não deixam marcas, gestos que não provocam reações
Lutas que não há vencedor nem perdedor, que não há empate nem equilíbrio
Indiferença é criada, por não ter abertura e honestidade
Jogado ao vento o momento se esvai, deixando incertezas e desilusões

Nada sabe aquele que nada fala
Nada sabe aquele que nada partilha
Nada sabe aquele que nunca age
Nada sabe aquele que hesita

Só saberá pois aquele que um dia abrir o espírito
Se mostrar de peito aberto com a mente livre de perplexidade
Só será mostrada a verdade à aquele que deixar o seu espírito transcender
E só assim, o vazio que existe será bem usado em sua função

Assim se fará completo e sem buracos
Sem lacunas pequenas, sem breves momentos
Extenso e eterno, durável e aproveitado
Assim será o dia, em que o fulgor do espírito for liberado.


Mais uma da fase poesia prosástica, era minha preferida na época.

5 Comments:

At terça-feira, fevereiro 06, 2007 12:29:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Viu como eu venho aqui!?
há.

Eu acho que vc já me mandou esse um dia, mas não estava tão completo assim...
Muito, muito bom.
=)

Beijo Di!
=***

 
At terça-feira, fevereiro 06, 2007 12:31:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Vou deixar até dois cometários pra você ver só como gosto de você.

=P
haha

 
At sexta-feira, fevereiro 09, 2007 8:43:00 AM, Blogger Daniela Yoko Taminato said...

"Livre mesmo que por instantes, encaram a liberdade como eterna"
>>>>>
Gostei desse verso.
E disse muito bem q ninguém consegue lutar sozinho. Lutar por dois então... sem chance!
Eeeei! vc só posta textos antigos? Eu sei q não tinha publicado no blog ainda, mas não escreve mais atualmente?
Um beeeeijo!!!

 
At sexta-feira, fevereiro 09, 2007 8:44:00 AM, Blogger Daniela Yoko Taminato said...

Ahhh! Tá favoritado!!! ;)

 
At sábado, março 10, 2007 5:04:00 PM, Anonymous Anônimo said...

"Extenso e eterno, durável e aproveitado"...
Será que um dia sentirei tal plenitude?
Muito bonito.

 

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