sábado, dezembro 22, 2007

Definições / Conclusões

Sabe, eu sempre fui muito de pensar, sobre tudo realmente, mas eu vejo que é recorrente o pensamento sobre o rumo da minha vida, fim de ano, faz realmente você repensar. Pra onde estou indo? Será que é isso que eu tenho de fazer de mim? Estou indo pra algum lugar?
Claro que eu vejo que isso não é uma postura constante na sociedade, mas apesar das diferenças, somos todos muito parecidos.

Vejo essa minha vida correndo, faculdade, amigos, trabalho, paro e penso sobre tudo que eu quis, quero e vou ser. Aí então eu vejo que se fosse pensar sobre isso, precisaria mesmo de umas 3 vidas, mas isso é impossível, o desafio ficaria então em como resumir, como se concentrar, e fazer tudo que se quer, de forma aceitavelmente positiva não é ?
Afinal, de que adiantaria fazer tudo que se quer, mas tudo de forma errada, ou pelas razões erradas.

Sei bem que vou ser músico como eu quero ser, mestre em alguma ou até algumas artes marciais, luto pra ser um bom arquiteto, espero ser escritor, penso em ser melhor desenhista, um dia vou ser um bom pai e marido e além de tudo, penso comigo em outras várias coisas.
Claro que sou bem sonhador, mas sem isso a minha alma morreria sem alimento, pensar e querer tudo isso é o que me faz acordar todo dia e manter o ritmo nessa vida nossa ritmada quase sempre pelas engrenagens erradas. Por um monte de caminhos tortuosos e contraditórios vamos seguindo, procurando encontrar o nosso próprio, um pouco mais reto, um pouco mais sóbrio.

As vezes olho pra trás, sonho com uma vida significativa, é nisso em que penso sempre, como, hoje em dia ter um significa além, eu disse pra um amigo meu certa vez que queria ser, ou arquiteto ou musicista, porque queria ser imortal. Vejo hoje que existem muitas formas de ser imortal, não ter a vida esquecida pelos outros, causar impacto suficiente para que eles que ficaram, queriam falar de ti, e talvez até passar adiante... Porque, de que valhe a nossa vida, se ela não servir de algum tipo de ensino, não deixar um legado, entendo que a minha deve lá pra frente, ajudar alguém em alguma coisa ou mesmo que eu posso ajudar de algum modo.
Isso sempre me trouxe indagações, como se eu vivesse a minha vida esperando o momento em que tudo valeria a pena, mas é bem sabido, e eu já disse me peguei dizendo isso pra várias pessoas, a vida é o hoje. O momento é agora, tenho que lutar por mim e pelos outros agora, a problemática fica em conseguir fazer tudo isso, sem ser afetado por todo esse imediatismo que a nossa sociedade nos impõe, tudo é pra ontem, você com 30 anos tem de ter muito feito já, porque depois de mais duas décadas somadas, seu valor vai se perdendo no mercado, o teu conhecimento é fácil de ser passado, as coisas se renovam na velocidade do som e quem fica muito tempo parado, fica pra trás.

Mas então...eu sempre fui mais devagar, será então que o meu destino é ser ultrapassado, ficar obsoleto antes mesmo de ficar “moderno” ? Duvido muito.

Se no passado, as pessoas tinham seu grande brilho nos seus 20 anos, acho que hoje em dia as coisas ficaram pros 30 e dependendo do que você se dedica, passa até mais pra frente...
Me pergunto se a vida não é ditada pelo seu limite, antes a morte vinha cedo, gênios morreram com seus 30 anos, pouco mais, no máximo uns 60... e hoje ?
Que nós podemos chegar até os 80 se nos cuidarmos, quando é a nossa época dourada?
Quando é que nós temos que nos preocupar em produzir, fazer, se destacar ? Quando?

Todo dia não é?

A vida é feita de vários dias, um em seguida do outro, assim em frente até que a nossa vida se apague nesse planeta, deixam resquícios de luz, e pra uns acendendo em outro, pra outros não e outros esperam descobrir quando a luz apagar.

Toda situação vale a pena, na medida em que temos como horizonte o nosso crescimento e vemos a vida com uma atitude positiva, produtiva. De tudo se tira proveito.

Porque, até mesmo em dias nublados, o sol ilumina por trás das nuvens escuras e nos marca a pele, e nós nem sentimos...vamos acordar, a hora de dormir ainda não chegou...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Vícios

Tenho pra mim que a vida é cheia de vícios e viciados. Tudo que se vê por aí nada mais é do que vício seja por aquilo que te fará bem, ou por aquilo que te fará mal. Aquilo que não te fará nada e também aquilo que vai te deixar tão exposto e sensível que qualquer que seja a mudança perto de você vai te mudar de um modo nunca antes visto, ou então vai ficar exatamente do modo que você sempre sonhou.
Pessoas são viciadas em pessoas, pessoas que as limitam, que as libertam, tem de tudo nesse mundo. Aí então a questão sempre surge não é, pois em tudo existem dúvidas, porque será que as pessoas se viciam em outras que só servem para lhe atrapalhar? Por que não se viciar em algo que lhes faz bem?
Pessoas se viciam em situações, existem aquelas que gostam de viver uma vida mansa e se prendem a isso, se viciam na calmaria, por outro lado existem os que se viciam na adrenalina, ou na agitação, balada todo dia, bebida, loucura e freqüência alta... Quem é o certo nisso?

Aliás, existe alguém certo nisso?

Decerto de todos os vícios o pior deles é o vício nos vícios, se viciar em viciar, porque afinal, as pessoas têm vícios não por simples conveniência, mas sim porque isso sempre lhes traz alguma coisa, seja status, sejam outras pessoas, seja algum tipo de vantagem, pois bem se sabe que antes de tudo, na vida se buscam vantagens, e hábitos que nos tragam mais vantagem, e a busca disso tudo nada mais é do que uma forma definida pelo caráter de cada um de nós.
Uma coisa é sempre ligada na outra, uma pessoa traz novas situações, que são absorvidas pela nossa vida e provocam impacto na nossa própria visão sobre a vida, e com isso tendem a nos influenciar, e dependendo da quantidade de vezes em que surge tal impacto, surge com isso uma ligação, forte talvez, que vai ditando uma necessidade desse impacto, dessa situação, dessa pessoa, portanto isso tudo caracteriza um novo vício, uma nova perspectiva.

Pensando desse modo então pode-se entender o valor do vício... o problema reside quando esse vício surgir em uma situação que não temos controle, que não escolhemos e que só nos faz mal. Seja se for uma coisa boa, mas em excesso, que no futuro nos trará desgaste ou por ser algo ruim que só nos diminui.
Existem claro vários vícios, esse texto todo é fruto de um vício, o meu vício de que tudo tem um sentido, que eu devo sempre fazer sentido, meu vício em refletir, discutir, filosofar, essas coisas. E a forma como ele surge também é parte do vício, outro vício, aquele que me faz ver dez coisas em uma só, ou pensar dez de uma só frase, e assim vou perdendo o foco, ou ampliando o foco, tudo depende de como se vê a situação.

Vício da descontinuidade, que surge da crença de que tudo não está acabado, pois sempre existe algo para se acrescentar, então, outro dia eu acabo, quando tiver o que acrescentar...