segunda-feira, outubro 30, 2006

Bobagem coletiva

O cenário está montado.
A sujeira escondida por uns é evidenciada por outros. Em defesa se expõe a mediocridade dos vários. Mediocridade que antes era aceita, uma vez que estava tudo bem nos lados dos perdedores.
Agora então não sobrou mais ninguém. O chefe não tem mais braços nem pernas. Claro que os de antes estavam doentes e há tempos deveriam ter sido tratados, mas até aí, tratar e decepar são coisas bem diferentes.
Sobrou então um solitário, solidário, sobrevivente, subdesenvolvido e subsistente na questão da besteira que ostenta orgulhoso.

Do outro lado estão os perdedores, prontos a atacar o vencedor. Derrota fresca esquenta a cabeça... sabe como é. Mais problemas vão surgir, facilidades se esvair e só restará então a complicação daqueles que não foram capazes de convencer denovo da sua capacidade. Pela cabeça, pela verdade e pela comodidade.
Fracassados mas ainda assim de peito cheio. Superiores eles se dizem... vai entender a cabeça desses daí.

Num lugar onde se nomeia a inconveniência e mediocridade como comandantes que há de se esperar dos palestrantes ?

O cenário está montado, no meio sobra os que deviam ser o centro valorizado, e não o centro visado por essa baboseira desmedida. Poder mal aplicado dá em mal exarcebado.

A próxima pergunta então é: quem será açoitado ?
Preciso responder ?
Olha lá, dessa vez a pergunta, é sem universitário...

domingo, outubro 29, 2006

Narrativa desmedida.
(Diego Santos - 27/10/2006)

Não que eu tenha sete vidas
Mas faço da minha vida
As setes pretendidas

Pela força que torno a vida
Pelo modo que sigo em vida
E pela vida que me é pedida

Sou senão aquele que tenta
Aquele que falha e re-tenta
Que cresce por meio a crescenda
E que por si só se alimenta

Sou também aquele que falha
Lacunas deixadas escassas
Por dentre as portas arrombadas
Cenário da falha central

Rente então ao desterro
Eu que outrora era o erro
Me torno então o acerto
Daquilo que não tinha conserto

Aí então eu pergunto
Quem é que foi o puto
que disse torceu pelo enterro
daquilo que me fazia inteiro
na antiga falha central ?

Vozes então expandidas e fracas
Reverberam pelas placas
Formadas pelas cascas
De outras antigas batalhas

Eis então a resposta:

Não, não tens sete vidas
mas pela vida que vives
tem mais do que dizes.
Em razão do que acreditas
pelo modo que lidas
com tudo aquilo que cativas
e tudo aquilo que respiras.
És aquilo que pensas,
não que sejas gigantesca
essa tua forma suprema.
Mas sempre é mais do que queres
por ser tão sempre ambígues
aquelas frases que dizes
no meio dos perdidos
querendo dizer o que disse
sendo verdade o que disse
mesmo estando tu entre dois.

Aquele que sempre falha
e aquele que sempre acerta.

Tu és.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Vislumbre do suspiro
(Diego Santos - 27/10/2006)

Assim é a vida de quem respira.
O ar dos outros e por dentre eles retira,
o que pra si é essencial.

A vida assim se explica.
Espelhada por veias explícitas,
daqueles que forçam a vida
dentre os deles todo dia.

A que se quis a falha.
Que mais desforma do que marca.
Senão a breve bravata,
dos pobres doentes escuros.

Expressa senão na vida,
por dentre linhas esguias,
deixadas contadas e certas.
Beirando a vida e não-vida.

Limita mesmo escondida
A vida daqueles que destina
Pela incerta não-vida que domina.

A vida pela vida ensina,
que só nela se encontra a sina.

E assim como tudo ensina,
só nela se encontra a brisa.
Aqueles que em si procura,
mesmo que em terras escusas.

Aquilo que há de libertar...

quarta-feira, outubro 25, 2006

Como uma injeção de ânimo, e como eu disse que o post de agora seria mais feliz.
Vou postar a coisa mais feliz que eu escrevi e guardei.
Eu tinha 13 x 13 idéias na minha mente, mas tudo embaçou sabe ?
Então amanhã eu escrevo, hoje, mostro o eu de ontem.
Isso vai me ajudar a escrever, afinal, o eu de ontem, além de saudade deve ter algo mais, como ver onde se superar.
Enfim, isso é o post de hoje, que é parecido com o de antes dele, mas ainda assim bem diferente... entende que todo detalhe importa ?
E que o todo é na verdade muitos detalhes ?
Pois então... é isso aí.
Cá está o texto.

Todo dia é dia
(Diego Santos - 16/06/05)

Igualmente longos, curtos, chatos, legais, animadores, decepcionantes. Todo dia é de sorrir, dia de chorar, dia de vencer, dia de perder. Se libertar de pensamentos pré-criados e assimilar a natureza mutante do dia é o essencial. Para aproveitar de fato todo dia. Já no começo julgamos o dia pelas dores que existem ou não no corpo. Pela luz que entra ou não no quarto, pelo sonho que tivemos ou não tivemos. Ouvindo os sons do mundo decidimos o que será o dia.
Se existem dias em que seria melhor dormir ao invés de levantar e encarar o resto ?
De fato existe... Mas isso anula a chance de virar o jogo no restante do dia ? Dias podem ser salvos por muitas coisas, sorrisos, conversas, ações, emoções. Todo dia é dia, lembrar disso é o essencial, a redundância sempre é uma ferramenta.
Pois apesar de se tornar chata é necessária, uma vez que quando ouvimos isso uma vez não acreditamos de fato.
Concordar sem relutar não é forma aceitável, ninguém é tão maleável, e se de fato for, isso é só mais uma redundância na vida deste alguém. Pois ele com certeza sabe da verdade. Todo dia é dia de vencer coisas passadas, coisas presentes e se preparar para coisas futuras. Nenhum dia que se diz aproveitado sobra algo pra pensar no meio da noite, enquanto se tenta dormir. Se tem coisas para lembrar, e não para pensar. Completo de fato é algo natural, que flui, encaixado. Como dois amigos que se conhecem há eras e conversam sobre coisas passadas e riem juntos, revivendo alguma estupidez, alguma enrrascada que passaram juntos. Ou como dois amantes que lembram de momentos que ambos tiveram os pêlos de seus braços erriçados, qdo a conexão entre eles, a sintonia foi extrema e perfeita. Hum... Todo dia é dia, todo dia é dia, todo dia é dia... redundante ? Não me importo, se é a forma de aprender que todo dia é dia, eu aguento, me venço pelo cansaço se for preciso, todo dia é dia. Hoje é o dia.



E não, eu não quero que isso vire um livro de auto-ajuda, mas ainda assim é inevitável escrever sobre o que escrevo.
Até mais ver.

sábado, outubro 21, 2006

Um bom poema...



Cães raivosos

(Diego Santos - 13/06/05)

Vontades se confundem, valores são esquecidos
Pessoas se enfrentam, egos se chocam
Raiva é o único sentimento, guloso e aproveitador
Engole a todos enquanto estão vulneráveis

Longos anos se passam como curtos períodos de tempo
Livre de conversação, sangue límpido e transparente escorre de olhos raivosos
Que não distinguem mais entre o que é ódio e o que é sinceridade
Não mais existe compreensão em sua mente, "forçada" a fazer coisas que não quer

Sem conversa seguem os anos negros com breves lacunas brancas
Irmãos que não se falam, pais que maldizem filhos
Retrado das trevas com certeza, mas ainda assim se ostenta a luz
Pedras circulares batem contra a montanha que simboliza as trevas

Repletas de luz, irredutíveis perante sua opinião
Deixam de ser cães raivosos e se tornam apenas pessoas novamente
As pedras circulares se mostram mentes, e a barreira se mostra invisível
Palpável apenas nas mentes de cada um... o momento passou

Agora se afastam os irmãos que não se falam, se afastam sem se maldizer
Os pais seguem juntos aos filhos sem os amaldiçoar
A raiva se esvaiu no ar, contudo nada foi consumado, resolvido
Ela fica no ar, esperando a oportunidade em que surgir um buraco na aparente paz

Dia que vai chegar novamente, pois sem resolução não há superação
Pois nem todo dia é dia de sol, nem todo dia é quente
Nem todo dia estamos fortes, nem todo dia somos pessoas
Há dias que somos tomados pela raiva, e não passamos de cães raivosos, incautos...



... que mais parece prosa, mas tudo bem.



quarta-feira, outubro 18, 2006

Somos todos no fim iguais,
não por sermos todos mortais.
Mas sim por aquilo que nos traz.
Somos fruto de situações sem iguais,
criando sempre com isso diferenciais.
Tornando-nos resultados daquilo que não desfaz.

Não venho com isso dizer que somos todos únicos, nem vou escrever aquilo que já li.
Mas vou dizer uma coisa. Quem passa pela vida e não entende o dia a dia, com certeza a vida que ele pensa passar, já passou por ele faz muitos dias.
É uma grande besteira levantar todo dia, senão pra fazer desse melhor que o de ontem. Se não tiver essa ânsia, então eu digo que é melhor nem levantar. Se poupar dos esforços e poupar os outros da sua falta de vontade é muito melhor.
Afinal, dia que é dia tem e dá frutos, desde o começo.
Não que eu seja lá um bom exemplo, ou seja o pior deles, devo estar no meio.
Acho pelo menos que percebo que vejo o que falo, ou ao menos tento.
Daquilo que eu disse acima eu repito e explico.
Te digo que não falarei que somos únicos, não por aquilo que já disseram, naquele comercial bem colorido.
Somos únicos por aquilo que fazemos e quando fazemos. Ou não somos.

Porque convenhamos, esse é um mundo onde muitos querem ser poucos, e poucos querem ser muitos.
Se é que consigo me fazer entender.

Sendo assim, aquele que se torna de fato diferente, ou bóia na margem daqueles que são iguais, ou se destacam no meio da multidão, ou simplesmente afogam e vão pro fundo do mar sendo esquecidos por aqueles que já não os viam mesmo.

De qualquer modo, vou repetir, somos fruto de nossas situações... isso me lembra um provérbio chinês :

"O homem nunca passa duas vezes pelo mesmo rio. Quando pensa que o faz, esquece-se de que ele não é mais o mesmo, tampouco o rio"

Por isso que eu reafirmo, somos fruto daquilo que passamos, como passamos, quando passamos, como reagimos, e como somos tratados, somos frutos de todas essas árvores, mesmo não querendo, ainda somos e não somos, uma vez que também somos a falta delas, as situações...

Não sei se chegou com fim de fato o post, mas decerto que o que seja que eu vá escrever daqui em diante não vai prestar, logo, vou parar.

Sabe como é, "Quando não se tem nada de bom a falar é melhor ficar quieto".

Esse post foi mais alegre que o outro (mentira), mas é ainda menos do que o próximo será (verdade).

Até a próxima.


O eu
(Diego Santos)

Penso pois sobre mim
Sinto muito e vejo menos
Falo além do que domino
Faço menos do que muito

Paro, deito, levanto, sento
Quieto, passível, apático
Olhos vivos me são dados
Varrem todo o meu mundo

Sou chato porém centrado
Me faço burro mas também esperto
Observo muito e esqueço mais ainda
Sinto demais e sou insensível

Eis que seja o eu como a natureza
Pois dela tudo surge e nela tudo muda
Eis que o eu presente difere do ausente e do que há de vir

Dias passados o eu era como o vento
Forte, intenso ou não, fraco
Inconstante, volúvel, raivoso, revoltoso

Dias longínquos o eu era como a água
Fraca, densa ou não, forte
Constante, flexível, flúida

Dias por vir o eu será o fogo
Envolvente, volumoso ou não, esmoecido
Devorador, intrépido, imponente, o fogo

Dias que vieram e saudoso o eu era como a terra
Pedra, pesada ou não, arenosa
Impassível, resistente, segura, saudosa pedra

O eu, sou e é tudo, e não é nada
É natural, superficial, complexo, simples
O eu, pelo tempo se faz escravo, e o tempo escraviza
Se une, transforma, depreende e aprende

O eu é harmonia e desarmonia, é constância e inconstância
Dá frutos e não os dá, é impetuoso e apático
O eu é de tudo união e de nada intersecção
É profundo, é oculto, é aparente, é evidente

O eu, sou eu.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Bem... primeiro post então.
Vou começar definindo isso daqui.
Montei esse blog pra servir de treino para a minha suposta capacidade de escritor, para funcionar como válvula de escape, ou qualquer coisa do tipo.
Enfim, um espaço pra eu tentar escrever algo, publicar, expressar, receber massagem no ego, coisas do tipo, coisas da vida e suas ânsias.

A raiz13 há de ser resultado de tudo aquilo que sou, espero, não espero, acredito e desacredito, será tudo aquilo que me faz quem eu sou.

Pro primeiro post vou então colocar um poema meu, o primeiro que me disseram que estava bom.
Até a próxima.



Lembranças de um inverno
(Diego Santos - 11/06/05)

Lembro-me de dias solitários, onde a única companhia era eu mesmo
Lembro-me de dias pensados, onde o único que pensava era eu mesmo
Lembro-me de pensar sobre o quão frio estava, ou o frio era eu mesmo
Lembro-me de lutar contra a fria realidade e sair com os punhos machucados

Lembro também do cobertor que mantinha meu corpo quente, protegido naquele cenário constante
Lembro também do som melódico das cordas do meu violão ecoando pelo quarto, enquanto era dedilhado pelas minha mãos frias
Lembro também da bebida quente, chá ou leite, disso não lembro bem, mas lembro da sensação de bem estar
Lembro também do calor excessivo provocado da união do cobertor e a bebida quente, sem saber quem era o responsável, optei por tirar as cobertas

Lembro das consequências do pensamento repetitivo e cíclico
Lembro da dor de cabeça ao rever os pontos de vistas que foram vistos naqueles dias
Lembro de me achar bobo por refletir tanto por tão pouco, e lembro também dos punhos vermelhos, as únicas marcas das mãos brancas

Lembro de estar confortável enquanto sentado admirando o cenário, observador como sempre
Lembro de estar feliz ao ouvir as notas saírem da acústica do violão e chegarem ao meu ouvido, feliz por ser capaz de tocar
Lembro do meu fortuito calor, logo afetado por preocupações, e desfeito, dando lugar a possibilidade de ser alvejado por uma doença

Lembrando de tudo isso, me lembro também o porquê de ter deixado o dia para trás
Lembrando trago memória dos dias passados, pensamentos, reflexões
Os dias passados foram pausas e não dias...
Não aproveitados, fui fraco e não resisti a imposição da natureza, me impôs a constância, a paralisia...
E eu aceitei... lembro da derrota, lembro dos erros, lembro de como vencer, lembro da importância de lembrar
No inverno de você, hei de vencer a tu, natureza, hei de vencer a tu, passado