terça-feira, janeiro 30, 2007

Contenda infeliz
(Diego Santos - 12/06/05)

Deitada por entre dois amores, a bela jovem se mantém
Sem saber qual escolher, se deixa levar por aquele que a guia
Por meio de detalhes mal expostos, quase que decifráveis
Ela tenta dizer quem quer, mas sem baixar a sua guarda

Mantém-se contida mas ao mesmo tempo completamente aberta
Ostenta o amor a um, mas ainda mostra graças a outro
Seus olhos não mais enganam aquele que olha com profundidade
Pois dos olhos da bela, amor igual o amor dos apaixonados é o que falta

Entretanto a bela jovem mantém-se contida nessa situação infeliz
Remoendo mágoas do passado, presente e sem saber, prepara mágoas futuras
Como que se precisasse estar magoada, como se só assim tudo fizesse sentido em sua vida

Já não mais demonstra graça ao outro amor, só demonstra apreço por aquele que a toma
Mente por meio de risadas, mente pra si mesma, mas esquece que os olhos nunca mentem
"Onde há muros, há o que esconder" e para um amor ter sucesso, nada se esconde, tudo se partilha



Da minha fase poema-quase-prosa... ó só, estou até dizendo que tenho fases, quem diria.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Sobre o 13

Agora no 13º post então vou explicar o porquê de ser raiz13, especificamente 13.
Bem, é tido no censo comum que o 13 é o número do azar, e que traz somente coisas ruins, como mau-olhado e etc. Dizem também que 13 é uma definição pra "maluco", "sem noção" e qualquer outro adjetivo que venha a expressar alguem desequilibrado. Sei também que o 13 é tido como número da sorte em outros países, mas isso tudo não vem ao caso. Até porque eu não sou nada supersticioso, então, não se justifica eu escolher o número por causa disso.

Defini o nome por raiz13 basicamente por ser perseguido por esse número. Por acaso, nasci no dia 13, as 13 horas, moro no apartamento 13, o ddd da minha cidade é 13, pego sempre o ônibus 13, fui viajar para fazer prova de L.A. (Linguagem Arquitetônica) em Bauru, e peguei a carteira número 13. Além de um fator interessante de muita gente que eu conheço fazer aniversário dia 13, e principalmente, gente que eu considero, como por exemplo minha melhor amiga. Pois bem, vendo tudo isso, sendo apelidado até de Thirteen Boy por amigos (acho que me chamaram assim para não chamar de Treze, o que remeteria imediatamente à definição popular), eu comecei a gostar do 13, não vejo grande poder nele ou coisa que o valha, só que aceitei e tendo agora a olhar com melhores olhos pra esse número. Além do que, eu gosto de ser o do contra as vezes, então gostar de 13 é natural... tal como se fez.

Esse é o porquê.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Poço negro
(Diego Santos - 07/01/2006)

Do sufoco ao desaforo.
Do desaforo ao escombro.
Do escombro ao doloroso.
Do doloroso ao perdido.

Sítio nervoso e desgostoso.
Serve ao mais doce gozo.
Soa longo, por um pouco.
Sons dos salvos, lindos e poucos.

Dentre os outros seguem poucos,
que se lembram do passado.
Longo e pouco tenebroso,
menos intenso e menos tenso.

Que se diz então dos outros.
Os muitos que lutam tanto.
Esguios e novos terrores.
Seguem horrores dos já doutores.

Dá a vida e pede amarras,
aquele que lhe leva as armas.
Joga todos no mar de fogo,
os que outrora eram tesouros.

Se desfazem e esvaem,
esmoecidos por desgosto.
Lapidados pelo mentiroso,
viram monstros marcados a fogo.

"Você me chama de demônio, mas é só porque eu vivo no inferno.
Eu quero sair daqui!" - General da F.U.R.

Escrito após ver o filme Diamante de sangue.

domingo, janeiro 07, 2007

Desvio

Ao parar pra pensar, em como um dia o mundo vai acabar. Pensando então no tal dos fenômenos que tem consequência em atos nossos. Como o nosso excesso de concreto, asfalto, tijolos, e outros materiais absorventes causam, pensamos então em quão horrível tudo vai ficar daqui a uns anos. Mas eaí ? O que fazemos ?
A nossa casa terá menos concreto por isso ? Terá mais áreas verdes ou coisa que o valha ? Não sei não, eu sou lá muito crente e mesma assim nisso sou meio descrente.
O monstro do aquecimento global que tanto nos assusta, derretimento das calotas polares, aumento gradatívo da temperatura oceânica e etc. Disso o que fazemos ? Continuamos a poluir não ? Continuamos a nos render e ceder a quem polui não é mesmo ?
Somos todos senão hipócritas então ? Talvez sim, talvez não...

Enfim enfim...

Existem outros medos. Ou será que já esquecemos ?
Pior que aquilo que fazemos com o nosso quintal, é o que fazemos com os nossos irmãos, ou o que não fazemos com eles.
Pensa bem. Olhamos pras guerras que desolam o mundo, toda aquela atrocidade que incide, e nos enoja, nos desgosta e nos irrita.
Não que façamos muita coisa, mas ao menos sabemos das tais guerras.
Aquela da Cisjordânia, ou aquela da linha vermelha, ou então aquela do Iraque...
De guerras estamos sempre cheios. Mas há quem diga que é necessária, afinal, milhares de pessoas morrem, e milhares de pessoas nascem todos os dias, tem de se manter o nível afinal. Uma vez que o nosso mundo apesar de mal aproveitado, não tem lá tanto espaço...
Tudo isso é discutido todo dia, por pessoas poderosas que tentam fazer algo e barram em algumas outras mais poderosas que impedem que estes fracos façam algo, a favor da humanidade, e não somente pensando na maldade, maldade dos que querem ser sempre mais ricos, esquecer os mais pobre. Porque não é bom lembrar de situações ruins, não nos faz sorrir e nem rir, então é melhor esquecer.
Nós daqui ficamos quietos, apáticos, mudos, paralisados... pelo susto, pelo medo, por desejo ... não sabemos bem o que fazer, ou se sabemos, não queremos e/ou não temos força para fazê-los.
E aí então vemos nos noticiários.
Hoje morreram 38 pessoas, vítimas de um carro bomba na região sul de Israel.
Por um segundo então, o nosso mundo de belas canções, colchões macios, prato cheio e doce afeto cai. Nos vemos num mundo de ódio e medo.
Vem então a notícia do futebol logo em seguida, a repórter fabrica um sorriso falso e acomodado, e nos deixamos levar pelo o que dizes, alguem marcou 5 gols num só jogo, novo recorde do campeonato brasileiro, pensamos agora só em futebol, e os que morreram... bem... é normal.

Viramos então aqueles que pensam que as guerras são necessárias, sem isso, não poderíamos viver nesse mundo... sabe, a água, comida e o espaço não é infinito... eu quero viver bem, a próxima geração que se dane.

Se pra mim nada faltar, não tenho porque me preocupar... não é ?

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Escrevi e reescrevi.
Não deu, logo vou postar algo que já escrevi, e que eu considero bom... quem sabe outro dia eu escrevo um sobre o verão.
Hoje só tenho pedaços e sendo assim, o poema é até adequado.


Tempestade de inverno
(Diego Santos - 19/08/06)

Penso no que digo.
Sinto o que falo.
E sempre me reafirmo.
Estável, taciturno, confuso.

Ainda assim sou quem digo ser.
Apesar de ventos me estremecer.
Flexiono para resistir a impactos.
Forço para quebrar os impactos.

Não falo meias verdades.
Não tenho meias certezas.
Sou tão inconstante quanto a represa.
E estável como um furacão.

Sou tão influenciável como uma pedra.
E resoluto e inflexível como a água.
Sou de tudo certezas,
e de nada inseguranças.

Entretanto sou tão seguro quanto você.
Que por meio de mim se fez incerta.
Por meio de mim se fez esperta.
Por entre mim se fez segura.

Aí então me resta,
sobrar por entre as frestas.
Pedaços difusos e espalhados.
Disformes e escusos.

Entretanto se refazem,
pedaços que anseiam respostas.
Daquele que se forma,
não daquele que desforma.

Mar e céu... mar e céu...
Espero eu a tempestade.
Revoltada e furiosa.
Destrutiva e impassíva.

Não minto pra mim nem pra você.
Sou quem era e quem disse ser.
Passo fome e sinto dor.

Morro hoje por onde estou.
Amanhã revivo e me refaço.

E que as águas lavem
por entre as frestas.
Buracos escusos
que tu me deixou.


quarta-feira, janeiro 03, 2007

Já é 2007

"Ano novo, vida nova" ou "Ano novo, vida velha" ? Isso faz pensar realmente...
Mas por quê ? Por quê valorizamos tanto essa época do ano ?
Alguem me diz, porque não valorizar a mudanças das estações ? Será que o tal demônio do aquecimento global , além de setenciar as nossas e as vidas dos nossos filhos a um mal sem igual, ele ainda nos cortou a graça e o sentido das estações ?
Perdemos então o futuro seguro e também a capacidade de valorizar as quedas das flores no outono ? O nascer das flores na primavera ? O calor e as brisas do verão ? E o envolvente frio do inverno ?
Eu digo que o futuro nós já não o tínhamos, afinal, o futuro é ilusório e inseguro. Agora, as estações vem sempre, pois a natureza é constante... pura energia, assim sendo, é cíclica.

Será que somos mesmo tolos o suficiente, de achar que poderemos mudar tudo o que nós cremos ter de errado assim de um ano pro outro ? Como um passe de mágica ?
Nunca vi sequer um, que tenha prometido lá uma bela duma lista, e a tenha cumprido de fato.
Então, eu digo que inexiste, ou então, eu além de ser um dos fracassados estou cercados por outros.
Das duas uma, ou então uma terceira que eu não consegui ver...

Não sou dado de supertições, sou do mar irmão e nunca pulei as sete ondas, não joguei a Iemanjá as rosas desejadas, não comi lentilha, nem passei de determinada roupa a virada, com intenção além de me sentir bem com a vestimenta.
Não que eu seja um descrente, as vezes creio crer tanto que me confundo e contradigo. Mas é que a força dessas coisas, não me move, sendo assim, continuo quieto.

Vê só, eu que outro dia disse crer em todo dia, não posso achar que coisa assim é de tanta valia.

Dos novos desejo novas vidas, mais significado, menos hipocrisia, mais lucidez e menos rebeldia.
Mais revoluções, pois só aí crescemos, e menos acomodações, que é sempre aí que perdemos.

Vejo o valor do nascer do novo ano, como que para fazer um balanço. Colocar um ponto final, e ver que diz esse paragrafo que acabou junto com o ano agora velho. Mas se é pra ter ânsia, criar listas estranhas, fazer coisas bobas e se desprender das coisas de outros dias.
Então eu prefiro pensar em melhorar, quem sabe ajudar um ou outro, e se é pra desejar, desejo o impossível, que aí quem sabe, se existe a tal energia na virada, eu possa então conquistar usando ela, coisas que realmente importam.

Diminuir as lágrimas que nascem da injustiça, salvar os filhos do ódio, cessar com a ignorância de governantes, coisas bobas assim sabe... sei que sou só um, mas se tem energia, e uns outros forem pensando que nem eu, quem saiba um dia, isso se realiza... vai saber o que vai acontecer em 2007.

O futuro é sempre incerto.